Autor(a): Luciano da Silva Pereira
Orientador(a): Profa. Dra. Suely Dulce de Castilho.
Resumo
Este estudo resulta de uma pesquisa etnográfica realizada na comunidade Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, situada em território quilombola, pertencente ao município de Poconé, em Mato Grosso. Teve como objetivo conhecer a trajetória de vida das professoras quilombolas, bem como compreender os processos de resistências construídas por elas frente às discriminações raciais que vivenciaram no percurso escolar e profissional. Metodologicamente, a pesquisa insere-se na abordagem qualitativa, utilizando o método etnográfico e história oral, em diálogo com Denzin e Lincon (2006), Geertz (2008) e Alberti (2013). Utiliza-se para a coleta de dados: observação participante, entrevistas semiestruturadas, caderno de campo e entrevista de história de vida. Os colaboradores da pesquisa foram cinco professoras que lecionam na comunidade, duas professoras que já lecionaram na localidade e três moradores antigos. Aportes teóricos foram considerados, destacando-se: Moura (1988), Freitas (1984), Castilho (2011), Beauvoir (1949), Munanga (2003), Gomes (2013), Hall (2002), entre outros. Os resultados da pesquisa demonstram que as professoras negras quilombolas tiveram uma trajetória de vida marcada por dificuldades, no entanto, não desistiram de sonhar e foram em busca de suas realizações pessoais e profissionais, criando estratégias de resistência diante das condições excludentes impostas a elas. A pesquisa desvela, ainda, que as docentes vivenciaram experiências racistas e discursos que as desvalorizavam dentro e fora dos espaços escolares, como negra, mulher, quilombola e docente, no entanto, elas optaram por não se deixar vitimizar por esses atos, buscando por meio dos estudos e da profissão docente o respeito e o reconhecimento pessoal e profissional merecido.